O artigo original foi publicado no Caderninho C do Correio Popular de Campinas em 18/03/2017.

Com 5 anos, Aaron Barrios já pinta quadros que nem gente grande, e seus trabalhos podem ser vistos em uma exposição em Sousas.
Ele pode ser considerado um menino-prodígio nas artes. Com 5 anos, Aaron Barrios é um artista plástico talentoso e realiza sua primeira exposição individual, chamada “Você, a Arte e Eu”, na Rabeca Cultural, em Sousas. Muito ativo, Aaron conta que, além de pintar, gosta de música — faz aulas de violino e toca algumas notas no piano do pai —, de caratê, de andar de bicicleta, jogar futebol e de brincar com carrinhos. Quando perguntado sobre de onde vem a inspiração para pintar, ele vai até a varanda e mostra a paisagem. “É a natureza. Vem a ideia e começo a pintar sem perceber. Esse é o segredo”, fala com uma sabedoria que chega a espantar, por ele ser uma criança tão nova.
Sua mãe, Roseli Proença Barrios, a Rose, conta que desde que ele aprendeu a sentar, os pais ofereciam tinta e ele brincava com as cores. Com 2 anos veio a tinta guache, e as ideias de Aaron já podiam ser percebidas no papel. Com cerca de 3 anos, à medida que perceberam o interesse do menino, os pais lhe deram também tinta acrílica e ele começou a brincar com as cores, sem misturá-las, mas dando formas. A escolha das cores sempre foi dele. “Ele mostrava nas prateleiras o que queria. Hoje, vai na loja e as vendedoras já estão acostumadas, ficam ao lado dele e ele decide o que quer levar”, conta Rose. Aaron foi para a escola apenas este ano. Até então era estimulado com leitura, música, esportes em casa.
A exposição fica em cartaz até pelo menos 9 de abril (e pode ficar mais uma ou duas semanas). No último dia, será realizado um leilão de duas de suas obras. Seus pais não vendem os quadros, apesar da procura ser grande. A ideia é mostrar ao jovem artista que ele pode ajudar as pessoas com sua arte. Assim, o dinheiro ganho no leilão será doado ao Centro Infantil Boldrini, que cuida de crianças e adolescentes com câncer e doenças do sangue, e ao Retreta, um projeto na cidade de Artur Nogueira, perto de Campinas, que oferece aulas gratuitas de música.
Aaron nunca fez aulas de pintura. Sua técnica, a forma de usar as tintas, de brincar com as cores é espontânea. Rose conta que já teve vezes dele acordar no meio da noite para colocar na tela “ideias que estão na minha cabeça”. Em casa, a família guarda cerca de 150 quadros. Na exposição, o público pode ver cerca de 20 telas.
(Delma Medeiros/Da Agência Anhanguera)
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